quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tributo a Lou Andreas-Salomé


"Ouse, ouse tudo!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo!
Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!"
(Lou Andreas-Salome)

Sem nenhum motivo especial (se bem que somente a vida dela já é motivo suficiente para um tributo), quero fazer uma homenagem a uma das mulheres mais brilhantes que a humanidade já conheceu: a pensadora e escritora Lou Andreas-Salomé, nascida em 1861 e falecida em 1937, dotada de atributos físicos e intelectuais que a tornaram membro de um círculo de pensadores seleto do século passado (e amante de alguns deles também), como o pai da psicanálise Sigmund Freud, o filósofo Nietzsche, o poeta Rainer Maria Rilke, entre outros. Nietzsche dizia ser ela a mulher mais brilhante que ele havia conhecido, e por isso mesmo deve ter se disposto a aceitar o triângulo amoroso estabelecido entre ele, Lou e o filósofo Paul Rée (com quem ela vivia antes, durante e depois de conhecer e se relacionar com Nietzsche, e que parece ter se suicidado em virtude da ruptura de seu relacionamento amoroso com Lou).

Lou tinha idéias curiosas sobre amor e casamento, questionava (e mesmo repudiava) a ligação entre afeto e sexo, e se recusava terminantemente a aceitar o modelo de família tradicional, chegando mesmo a exigir de Andreas, seu segundo marido, a promessa de que nunca teriam filhos. Foi cortejada por inúmeros homens, tendo se unido a alguns deles por períodos de sua vida, mas isso nem de longe significava que ela aceitava as convenções e regras estabelecidas pelo seu círculo social, a alta burguesia européia, tendo se mantido até o fim da vida um espírito livre e independente, uma mulher exuberante e desafiadora. Uma de suas afirmações mais contundentes sobre o amor está em sua obra Reflexões sobre o problema do amor: "Só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o passar do tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser entendido como uma força vital. Por isso nada é mais inepto em amor que se adaptar um ao outro, se polir um contra o outro, e todo esse sistema de intermináveis concessões mútuas, feitas unicamente para os seres constrangidos, por razões puramente práticas e impessoais, a suportar sua vida em comum, atenuando o mais racionalmente possível este constrangimento. E quanto mais dois seres chegaram ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, se transformar um no parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em seu solo particular, a fim de se tornar um mundo para o outro."

Apesar de ter se cercado sempre da companhia de homens (que faziam as vezes de seus amantes, mentores intelectuais, parceiros nos debates acadêmicos, etc.), Lou mateve uma relação próxima com a também escritora Anais Nïn. Em prefácio a uma edição da mais importante obra de Lou, A humanidade da mulher, ao tentar elaborar uma biografia da amiga (tarefa árdua em virtude de sua vida agitada e misteriosa), afirmou: "O conflito entre o desejo da mulher de se fundir com o amado e ao mesmo tempo manter sua identidade própria é a luta da mulher moderna. Lou viveu todas as fases e evoluções do amor, da entrega à recusa, da expansão à contração. Casou-se e levou vida de solteira, amou homens tanto mais velhos quanto mais novos." A própria Lou gostava de dizer: “Não posso ser fiel aos outro, apenas a mim mesma".

Ao fim da vida, em conversa com o escritor H. F. Peters, Lou proferiu a síntese de sua caminhada: “A vida humana – na verdade, toda a vida – é poesia. Nós a vivemos inconscientemente, dia a dia, fragmento a fragmento, mas, na sua totalidade inviolável, ela nos vive”.

Alguns depoimentos sobre Lou:
“A mulher começa a despertar em Lou” (Arthur Schnitzler, médico e dramaturgo austríaco)
“Durante a vida de Salomé, ela presenciou o fim da tradição romântica e se tornou parte da evolução do pensamento moderno, que frutificou no século XX. Salomé foi a primeira ‘mulher moderna’. A natureza de suas conversa com Nietzsche e Rilke antecipou a posição filosófica do existencialismo. E, por seu trabalho com Freud, ela figurou com destaque na evolução inicial e na prática da teoria psicanalítica. A princípio, eu a vi como heroína – como merecedora do culto do herói, no que esse culto tem de mais positivo. As mulheres sofrem hoje, tremendamente, da falta de identificação com uma figura feminina heróica”. (Barbara Kraft, escritora)
"Lou Andreas-Salomé simboliza a luta para transcender convenções e tradições nos modos de pensar e de viver. Como é possível a uma mulher inteligente, criativa, original, relacionar-se com homens de gênio sem ser dominada por eles?" (Anais Nïn)
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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sobre Internacionalismo

Reflexões interessantes do escritor americano Mark Twain, que viveu entre os séculos XIX e XX (retiradas de um texto que li numa revista destas de circulação semanal bem antiga, que não terá seu nome referido aqui, por razões óbvias): “Cidadania? Não temos cidadania! Em lugar dela, ensinamos o patriotismo, de que Samuel Johnson dizia, já há 140 ou 150 anos atrás, ser o último refúgio do canalha – e eu sei que ele estava certo. Lembro-me de quando era menino ouvi repetida muitas e muitas vezes a frase ‘Minha pátria, certa ou errada, minha pátria’. Uma idéia absolutamente absurda”.

Perspicaz este escritor. Dele, só sabia que havia feito As aventuras de Tom Sayer, que nunca li. Primeiro, acho que, mais do que uma leitura anti-imperialista do trecho (a postura americana era o alvo da crítica de Twain), devemos ver nele também uma revolta contra todo e qualquer nacionalismo (seja o país em questão os EUA, seja Inglaterra, China, França, Brasil, ou qualquer outro pedaço de terra com uma cerca imaginária e que se intitule nação). O surgimento do “espírito” nacionalista remonta ao final do feudalismo, quando, frente ao surgimento e desenvolvimento do comércio entre os feudos, e devido à insegurança nas estradas que ligavam um feudo ao outro, às abusivas taxas e pedágios e à variedade de moedas locais (o que obviamente dificultava a troca de mercadorias), a nascente burguesia rompe com a frágil estrutura social até então dominante, baseada na autoridade imposta pela Igreja Católica e pelos senhores feudais (ai meu segundo grau!), e junta suas forças com a monarquia em ascensão, pleiteando uma moeda única, uma lei única, um governo único, etc., em lugar da “fragmentação” da sociedade feudal. A unificação, sob a alcunha de “nação”, era o que se desejava à época. Como se vê, então, esta baboseira toda de render tributos (e dar a própria vida, às vezes) à pátria, a despeito do papel ocupado pela mesma (se certa ou não, como diz o trecho mencionado por Twain), e mesmo quando esta pátria, em nome do “desenvolvimento”, massacra, explora e humilha os seus semelhantes – quer dizer, os homens não só de outros pontos do globo mas também aqueles que vivem no mesmo espaço físico, dentro da mesma “cerca” –, possui fundamentos não só morais, políticos, ideais, etc., mas, principalmente, econômicos, concretos. Hoje, vemos este “sentimento” imperar absoluto (o trocadilho não é à toa) não só nos países desenvolvidos (o que dizer da França, berço das pretensas “fraternidade”, “justiça” e “igualdade”... bem, isto tudo para poucos, ou seja, para a burguesia, que queria mandar às favas o rei do qual tinha se servido uma vez) mas mesmo nos rincões mais escondidos do planeta (como, sei lá, Burundi, Líbia, Sudão, etc.). “Nós” contra “eles”, ou “nós” com “eles”, dependendo dos interesses que guiam as relações internacionais, interesses estes que, é até estúpido e banal dizer, são sobretudo econômicos: nos juntamos, nos aliamos, ou nos separamos e declaramos guerra aos outros em nome do desenvolvimento do próprio capitalismo, e não em nome do desenvolvimento da humanidade... A mola propulsora aqui, parafraseando Marx (nunca é demais), é a auto-reprodução do capital, e não o desenvolvimento livre da humanidade; o objetivo por trás disso tudo é suprir as necessidades do capital, e não as necessidades humanas. Como também disse Twain, “Fomos até lá [ele se referia à expansão territorial americana, invadindo Cuba, Filipinas, Porto Rico, etc., mas aqui podemos pensar, de novo, não só os EUA conquistando tudo, mas qualquer país querendo se impor frente ao outro] para conquistar, não para salvar”.

Internacionalismo, então, este é o caminho e o objetivo. Supressão de todas as barreiras que nos separam, sejam elas geográficas, políticas, econômicas, morais. Um só povo, mas com toda a pluralidade cultural possível e saudável (e caberia aqui uma longa digressão sobre relativismo e universalismo, que não vem ao caso agora), com toda a real riqueza que o Homem é capaz de produzir, “de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades”, como dizia Marx, não importa a cor, raça, gênero ou orientação sexual (obviamente não vou colocar aqui “credo”, pois comunismo e internacionalismo sem supressão da religião, sinto muito Leonardo Boff e a pseudo-esquerda, é um contra-senso).

Pra terminar, e aliviar o peso do tema, uma gracinha: o mundo é mesmo uma bunda... E, reparem bem a foto: o c* do mundo é a África (renegada, isolada, usada)...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu já...


Seguindo a idéia dos blogs Em que posso lhe servir?, Menina de Lord Kronus (vejam ao lado nas listas de links), e outros mais, vai aí a minha própria lista...
Resta saber, do que vou escrever, o que é verdade, o que é fantasia, o que é realidade, o que é só vontade...

Eu já...
... tive dois (três, quatro) namorados ao mesmo tempo...
... tive dois (três, quatro) amantes ao mesmo tempo...
... chorei após gozar (de felicidade)...
... chorei após gozar (de tristeza)...
... me achei frígida e/ou assexuada...
... senti culpa por pensar em sexo...
... e por fazer sexo...
... tive um amante mais novo e manipulável...
... me arrependi por isso...
... namorei um cara 20 anos mais velho (isso quando eu mal tinha saído da adolescência)...
... e fui manipulada (e apaixonada) por ele...
... mas não me arrependo disso...
... transei com uma amiga por curiosidade (e gostei)...
... me masturbei no banheiro do trabalho...
... e no banheiro da faculdade...
... e no banheiro do cinema...
... e no cinema...
... e com alguém ao lado, dormindo...
... quis matar minha mãe (e meu pai, e Freud)...
... menti pro analista (como se ele quisesse a verdade!)...
... me apaixonei pelo analista (como se essa paixão fosse de verdade!)...
... saí sem calcinha mas voltei pra casa, por puro nervoso (e nojo)...
... saí de casa sem anágua, e voltei pra casa, por puro costume...
... transei sem ter vontade...
... transei só por vontade...
... tive caso com homem comprometido...
... dividi um paquera com um amigo...
... menti e enganei pra transar com alguém...
... menti e enganei alguém com quem queria transar...
... apanhei na "hora h" e gostei (muito)...
... apanhei fora de hora, e, claro, não gostei (mas perdoei)...
... nunca participei de um ménagè...
... mas penso nisso de vez em quando...
... nunca fui a uma casa de swing, nem pra olhar...
... mas penso nisso, e não só de vez em quando...
... gozei sonhando, inúmeras vezes...
... fingi que estava gozando...
... desconfiei de quem diz gozar só com penetração...
... fingi que gozava só com penetração...
... mas nunca fingi que gozava por trás...
... senti sinceramente que prefiro atrás, inclusive...
... transei mais de dez vezes em menos de oito horas...
... me apaixonei platonicamente, incontáveis vezes...
... por amigos e por inimigos...
... e por astros da tv (e isso há pouco tempo)...
... traí quem merecia...
... traí quem menos merecia...
... e depois abandonei um casamento, por amor (a outro)...
... e fui perdoada...

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domingo, 15 de junho de 2008

Ser Amélia


Execrada pelas feministas como modelo de mulher submissa, passiva, escravizada pelo seu homem, Amélia não teve ainda uma verdadeira defesa... Alguém em sã consciência, sabendo ser Mário Lago o autor da letra, e sabendo ser ele quem é, acredita que ele teria a audácia e a insensibilidade de menosprezar, diminuir, ridicularizar a mulher?! Imagino que os/as detratores da música sequer se deram ao trabalho de lê-la por inteiro... A letra na verdade começa como uma crítica às mulheres que exigem atenção, demandam, controlam, se resumem a bonecas cheias de necessidades supérfluas e consumistas. Diante disso, os autores, saudosistas, relembram a tal Amélia, que era mulher de verdade, companheira e pronta para enfrentar as adversidades, por pior que fossem. Ao final, dizem que Amélia não tinha vaidade, mas em um mundo em que "vaidade" não significa exaltação da própria beleza e formosura, mas adequação obcecada a um padrão de "beleza", eu mesma não quero ser "vaidosa"...
Rendendo uma homenagem às Amélias da vida, que sabem ser mulher, sabem quem são e não necessitam das validações sociais estúpidas de hoje em dia (isto é, a mídia, ou mesmo o "senso comum", que impõem a nós um papel que supostamente deveríamos representar, daquilo que deveríamos ser), aí está a letra, completa. Leiam, sem preconceito, e façam as próprias leituras!
A propósito, a legenda da foto de abertura diz: "Foda-se essa merda de dona-de-casa dos anos 50"; sim, escolhi de caso pensado: também tenho minha "veia" feminista e quero que todas as idéias castradoras e machistas sobre o que é ser mulher, principalmente essas idéias que remontam aos anos 50 e 60, se explodam.

Ai, que saudades da Amélia...
(Ataulfo Alves e Mário Lago)

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer

Ai, meu Deus, que saudades da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Mas quando me via contrariado
Dizia: meu filho, o que se há
de fazer ?

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
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Entre o amor e a perversidade

Dias desses estava lendo umas dessas revistas semanais pela internet, uma edição de 2006, sobre “violência doméstica”. Fiquei pensando sobre o que chamam de “violência moral” (que se manifesta sob a forma de dominação psicológica e mesmo gestos “leves” de intimidação através de abuso físico), uma forma tão destrutiva quanto a violência propriamente física, mas que passa desapercebida por não deixar marcas aparentes, no corpo. A alma, essa sim, vai ficando vagarosamente danificada, ressecada. Nessa revista havia um texto com “sintomas”, “sinais” de que alguém é um violento em potencial, e propunha maneiras de identificar comportamentos do que era classificado como “perversão”, principalmente em se tratando de relacionamentos amorosos. Reproduzi abaixo alguns dos comportamentos identificados pela revista, especificamente aqueles que dizem ou já disseram respeito à minha vida, e que são tão “discretos” e “cotidianos” que muitas vezes não percebemos neles toda a intensidade que realmente têm.


1) Durante a fase de início da relação:

* Apresenta-se como injustiçado, uma pessoa que sofreu por falta de amor, de apoio, e teve que construir tudo sozinho; na maioria das vezes isso é verdade, embora ele esteja estimulando seu instinto maternal.

2) Após o início da relação, na fase inicial de perversidade:

* Fica aborrecido com freqüência e você se vê desfazendo mal-entendidos.
* Não admite recusas, sua vontade tem que ser satisfeita a qualquer custo.
* Chama por você e exige que você pare o que está fazendo para atendê-lo.
* Tem humor instável, e deixa você aflita por nunca saber o que vai detonar uma crise.
* Suas mentiras começam a aparecer. Mente tanto que se esquece do que falou e, quando você o questiona sobre a veracidade do que está falando, age como se você fosse uma criminosa.

3) Com a perversidade já instalada:

* Agride-a verbalmente, faz ameaças para magoar, embaraçar ou restringir sua liberdade; e, quando discutem, baixa o nível.
* Faz inúmeras perguntas encadeadas apenas para intimidar, sem o objetivo real de saber as respostas.
* Quebra coisas, dá socos na parede, e usa violência simbólica, como rasgar fotos ou destruir seus objetos pessoais.

* Minimiza os acessos de raiva, como se cada um fosse uma exceção.
* Faz você acreditar que não é violento, e que você é a responsável pelas perdas de controle dele.
* Culpa os outros pelos próprios ataques. É você que o leva à loucura.
* É capaz de se mostrar frágil fisicamente, mas apenas você conhece sua verdadeira força.

(Fonte:Assédio moral: entre o amor e a perversidade, de Leila Sodero Rezende e Vânia Crespo)


A nova Amy?!



Amy Ann Duffy (ou somente Duffy), é uma Amy Winehouse mais careta e certinha (o que, a julgar pela recente fase de Amy, é um ótimo caminho), mas muito mais "old school" de certa forma: seja pela voz, seja pelo visual, seja pela personalidade (doce mas forte, com um sex appeal muito discreto, e um sei-lá-o-quê de quem já sofreu poucas e boas na vida - viveu em um abrigo quando criança, quando seu padastro foi vítima de uma tentativa de homicídio, sofreu as consequências do alcoolismo dos pais, um casamento violento no passado, apesar de ter apenas 23 anos, etc.), ela lembra de forma muito mais autêntica e direta, sem "modernices", as grandes divas do soul dos anos 60 (como Dinah Washington e, principalmente, Dusty Springfield).

Suas músicas são perfeitas para dançar (principalmente sozinha, depois de uns drinks e com um microfone falso feito de escova de cabelo), namorar (a si própria também, depois dos tais drinks, de ter dançado e cantado com o microfone falso, naquela hora em que o sono está quase chegando e já estamos desabadas na cama, meio bambas e zonzas) e cozinhar (de preferência sozinhas, naqueles dias em que o almoço é só pra nós, depois de já ter, ao mesmo tempo, pendurado a roupa que estava na máquina, dado comida pro gato, atendido o telefone mil vezes, terminado a contabilidade do mês, no melhor estilo "multi-tarefas" do dia-a-dia).

Música de mulherzinha para mulherzinha, ou de mulherão para mulherão. Precisa dizer mais?!


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O amor, em seu sentido mais amplo...

"Love in its broadest sense, based on care, responsibility, respect and knowledge, is not an escape from a life without meaning, but a recognition that we make our individual lives meaningful through our involvements with others. We cannot retreat from the contingency and arbitrariness of the world, but we can make life meaningful if we face it with a recognition of our mutual need for one another."
(Jeffrey Weeks, historiador e sociólogo britânico, estudioso de temas relacionados à sexualidade)


Em tradução livre:

"O amor, em seu sentido mais amplo, baseado no cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento, não é uma escapatória de uma vida sem sentido, mas o reconhecimento de que tornamos nossas voidas individuais plenas de sentido através do nosso envolvimento com os outros. Não podemos nos refugiar da contingência e arbitrariedade do mundo, mas podemos tornar a vida plena de sentido se a encaramos através do reconhecimento de nossa necessidade mútua por outras pessoas."

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Pompoarismo, ou "musculação íntima"

Para as garotas (e para os rapazes, claro, que se beneficiarão muito), o pompoarismo é talvez a “ginástica” mais poderosa que existe! Me lembro de aprender algumas coisas, pasmem, nas aulas de pilates! Claro que na explicação da professora os exercícios não eram exatamente de pompoarismo e nem levavam esse nome, mas se inseriam nos fundamentos e práticas do pilates e consistiam basicamente em contrair os músculos da vagina e do ânus toda vez que fôssemos fazer determinado movimento próprio do pilates, não indo além disso. Mas ela deixava claros os benefícios: com as contrações, desenvolveríamos os músculos da região pélvica, o que poderia prevenir a flacidez da região, evitando males como a incontinência urinária, comum tanto na velhice quanto em decorrência de partos normais, ainda que em casos raros. No que se refere a “males” menores e mais “casuais”, os exercícios poderiam prevenir, por exemplo, a saída de ar pela vagina, que causa alguns “sons” estranhos às vezes, decorrentes da penetração longa e/ou forte (isso tem até nome científico, vejam só: “flatus vaginais”; aqui em casa, quando isso acontece, a forma “científica” e que evita constrangimentos da minha parte – totalmente infundados, mas vai entender cabeça de mulher – é dizer que “a pombinha gorgulhou”; eu sei, soa patético, mas são essas brincadeiras de casais que só fazem sentido e graça para eles mesmos), e até mesmo melhorar o funcionamento do intestino (que, como nós mulheres sabemos, tende a ficar “irritado” por qualquer coisa, como antes da menstruação por exemplo). E, no que se refere, bem... à vida “íntima”, os benefícios seriam sentidos “na carne” pelo/a parceiro/a! Existem até mesmo boatos de moças que conseguem prender o pênis do companheiro, ou realizar movimentos sincronizados que o levariam ao orgasmo! Aqui em casa, pra ficar em território conhecido, estamos na fase do “deu pra sentir que apertei?!”, ou do “pisca o cuzinho pra mim, amor?” (sim, de novo: soa cômico, mas faz total sentido nas nossas brincadeiras particulares); quem sabe daqui a algum tempo tenho novidades!

Bom, sem mais enrolação, aí está um texto explicativo sobre esta “musculação íntima”, bem como exercícios mais específicos (e que nada têm a ver com as aulas de pilates!), retirados do site Terra e elaborados por Laura Müller.

“Pratique os exercícios iniciais do pompoarismo e aumente o prazer! Sabia que faz bem exercitar a região vaginal? Isso mesmo! Há técnicas para movimentar a musculatura pélvica e com isso garantir uma maior saúde dos genitais, além de mais prazer. Trata-se dos Exercícios de Kegel, uma técnica sugerida por muitos ginecologistas às pacientes para prevenir flacidez pós-parto e incontinência urinária. Outra vantagem: os movimentos ajudam a mulher a perceber melhor as sensações vaginais e, com isso, descobrir mais maneiras de sentir prazer.

Alguns exercícios básicos de pompoarismo:

1. Contração vaginal

Sentada numa cadeira, contraia os músculos da vagina como se apertasse algo dentro dela. Conte até três e relaxe. Repita dez vezes. Depois, contraia e relaxe rapidamente, como se quisesse imitar o ritmo de uma respiração ofegante. Conte até dez novamente. Total: 20 repetições.

2. Contração Anal

Deitada, flexione as pernas e eleve o quadril. Fique apoiada apenas sobre os ombros e os pés. Contraia o bumbum, conte até três e solte. Faça dez vezes. Deite na cama e relaxe o corpo por alguns instantes. Depois, volte à posição anterior e contraia o ânus em três tempos, sem relaxar entre um e outro: de leve, mais forte e com toda a intensidade. Faça dez vezes. Relaxe e repita o exercício, só que dessa vez você irá contrair não só o ânus, mas também a vagina como se quisesse sugar alguma coisa com ela. Mais dez vezes. Total: 30 repetições.

3. Sucção vaginal

Recostada na cama, separe as pernas e deixe-as semiflexionadas. Insira um dos dedos na vagina e aperte-o o máximo que puder. Caso não consiga apertar o dedo, insira dois. Faça dez vezes. Depois, tente sugar o dedo com a vagina. Ajude com a respiração: na hora do movimento de sucção do dedo, inspire e prenda o ar. Conte até três. Repita dez vezes. Total: 20 repetições.

4. Contração de glúteo

De pé, com os pés paralelos e distantes 20 centímetros um do outro, contraia o bumbum. Tente unir as nádegas o máximo que puder. Conte até três e relaxe. Faça dez vezes. Repita o exercício contraindo e soltando rapidamente, como se acompanhasse uma respiração ofegante. Conte dez vezes. Total: 20 repetições.

5. Movimentação do períneo

De pé, com as pernas semiflexionadas e as mãos na cintura, mova a pélvis para cima e para frente, contraindo o canal da vagina. Conte até três e solte. Faça dez vezes. Depois, faça um movimento circular, como se usasse um bambolê. São quatro movimentos: primeiro, a pélvis vai para cima e para frente; depois o quadril vai para a esquerda; em seguida o bumbum deve ser impinado para trás; por último, o quadril vai para a esquerda. Fala dez giros completos. Total: 20 repetições.”


Em tempo: rapazes, sabiam que vocês também podem fazer esta ginástica? Basta adaptar os exercícios, se concentrando no básico: contração dos músculos do pênis e do ânus. Entre outros benefícios, dizem que isso ajudaria a manter a ereção por mais tempo e proporcionaria orgasmos mais intensos e duradouros.

(Esta dica foi um “presente” para aqueles que resistiram e leram tudinho, até o final!)


Rodízio de chuchu?!

Abaixo estão trechos de textos de Jurandir Freire Costa, psicanalista e professor de medicina na UERJ.

O primeiro deles é "Sexo no fio da navalha", publicado no caderno Mais! do Jornal Folha de São Paulo, em 23/12/2007, em que, de forma muito pertinente, o autor aponta para a dicotomia existente na nossa sociedade, caracterizada pelo moralismo excessivo, entre o "sexo domesticado" (e socialmente aceito, apesar de nada libertador, e sim escravizante) e o "sexo compulsivo" (socialmente inaceito mas, na minha opinião, e na do próprio autor, também nada libertador e de certa forma também escravizante, ainda que por uma via diferente). Como diz o autor: "[...] ou temos um sexo domesticado pelo mito [aqui o autor se refere aos mitos sociais], mas neuroticamente inibido ou compulsivamente transgressor."
Lembrando das idéias que têm rondado minha cabeça (como disse no primeiro post desse blog), fico pensando e tentando compreender as motivações, justificativas e mesmo os limites dos indivíduos que adotam práticas que não são socialmente aceitas (infelizmente), principalmente práticas sexuais como troca de casais ("reais" ou não), orgias, menàges, etc., ou mesmo quem tem uma conduta sexual mais liberal, e acho que de certa forma (e aqui vou colocar lenha na fogueira) uma boa parte desses indivíduos poderia se encaixar naquilo que Jurandir Freire Costa denomina como comportamento compulsivo para a transgressão, que faria com que a busca permanente pelo "proibido", pelo "novo", pelo "desconhecido" acabasse por esvaziar o sentido das práticas mencionadas, que, imagino, longe de significarem "sexo pelo sexo", significam a busca pela extensão dos desejos e prazeres, algo que por si só é dotado de sentido e pode mesmo levar ao crescimento pessoal ou de uma relação (a dois, a três, a quantos se queira). De novo, como diz o autor, o sexo passou a ser algo como uma "[...] desumanização do gozo sexual entre coisas, e não pessoas".
E, antes que me esqueça: para os que estão lendo isso e me conhecem, sabem que não estou colocando tudo no mesmo "balaio", pois estou ciente das peculiaridades de cada prática mencionada, e, mais ainda, das peculiaridades e diferentes posturas das pessoas que as praticam, e de forma alguma estou aqui julgando ou condenando as mesmas! Para os que estão lendo e não me conhecem, saibam disso! Como diz o autor, é "[...] humilhante e vergonhoso conviver com os preconceitos sexuais que mantivemos até hoje", e preconceito é algo contra o qual acredito que devemos lutar incessantemente!

O segundo texto é na verdade uma entrevista feita por Anabela Paiva com Jurandir Freire Costa, disponível no site do Correio Braziliense. Na entrevista, o psicanalista fala de inúmeros temas interessantes e atuais, todos relacionados à banalização do sexo e do corpo na nossa sociedade, que se tornaram produtos de consumo (segundo ele, não usamos somente o sexo para vender mercadorias: o próprio sexo se tornou ele mesmo uma mercadoria), longe de serem formas autênticas de expressão individual e social. Segundo ele, vivemos uma era do sexo como um "rodízio de chuchu", ou seja, uma variedade incessante e até mesmo instintiva, mas vazia de "gosto", em que nos são oferecidos "produtos" (ou seja, corpos) que não significam nada mais do que "mais do mesmo", dado o grau de padronização do erotismo e da sexualidade no qual chegamos.
Além disso, um ponto importante ressaltado por ele é o excessivo exibicionismo atual (e, de novo, me vem à mente todo o grau de exibição que envolve as práticas sexuais que mencionei acima; mas, mais uma vez: não estou sendo moralista, pois acredito que questionar atitudes e pessoas e por vezes apontar o que talvez possa haver de errado de acordo com nosso ponto de vista não é de forma alguma condená-las ou julgá-las): para ele, este exibicionismo estaria diretamente vinculado aos "males" da civilização contemporânea, como a competição feroz, a luta por sempre ser melhor do que os demais, superando a todos como forma de afirmação pessoal, a vontade de ter (e de parecer ser) sempre mais e mais.
Quase ao final da entrevista, ao falar dos ideais de fidelidade e monogamia, ideais românticos que hoje em dia estão mais postos à prova do que nunca, o autor apresenta uma interessante reflexão, ainda que limitada e questionável em certos aspectos: "Esses ideais persistem como o último porto onde se pode abrigar nosso desejo de ser algo mais além de sexos e corpos consumidores de sensações e produtos industriais. [...] A saída amorosa e a da fidelidade são como que as últimas trincheiras de uma cultura sitiada pela moral do dinheiro, ou seja, pelo incentivo obsceno à voracidade, à inveja, à ganância, ao cinismo e à corrupção."

Para terminar, reproduzo aqui o final da entrevista, em que o autor, apesar de ser extremamente crítico com relação ao sexo na contemporaneidade, ressalta os aspectos positivos de toda essa "liberação sexual" (que, podemos pensar, está sendo mesmo libertadora ou ainda mais escravizante?):
"O único aspecto positivo da banalização da sexualidade que consigo ver é o fato de abandonarmos, talvez, a veneranda idéia ocidental que preferências, inclinações, práticas ou características sexuais têm a ver, necessariamente, com valor ético. Ou seja, acreditamos, até agora, que aquilo que se é ou se faz, do ponto de vista sexual, define o que se é, do ponto de vista moral. Isso pode estar mudando, a medida que o sexo vai se tornando algo tão trivial quanto qualquer outra manifestação da conduta humana. Ora, foi porque aprendemos a dar uma enorme importância moral à sexualidade, que criamos preconceitos sexuais que infelicitaram e ainda atormentam milhões de seres humanos em todo mundo. Basta relembrar o que os homens foram capazes de fazer com as mulheres que não eram mais virgens. Em nome do tabu da virgindade chegou-se até a justificar a brutalidade dos crimes de honra! Pois bem, se aprendermos a não ver o sexo como o Supremo Mal ou o Supremo Bem da vida, talvez venhamos a abandoná-lo como critério para avaliar moralmente as pessoas. Em geral, só consideramos matéria, pivô, de discussão ética aquilo que julgamos fundamental para nossa vida moral. Desse aspecto, a trivialização do sexo pode vir a ser um ganho moral, independente das intenções dos comerciantes de sexualidade, na forma pornográfica ou no formato para pais de família e donas de casa."

Obrigada àqueles que tiveram a paciência de ler tudo, até aqui!

Panna Cotta


Para os intrigados: a foto que ilustra este blog, logo abaixo do título, bem no início, é de uma Panna Cotta. Tradicional sobremesa italiana, mais especificamente da região do Piemonte, a panna cotta reúne a simplicidade da mistura de gelatina, açúcar, creme de leite e alguns outros ingredientes que, podendo ser modificados, conferem a ela uma multiplicidade de sabores : dos clássicos chocolate (branco ou amargo), mel, café, coco, baunilha, frutas vermelhas, aos inusitados pistache, queijo (como mascarpone, queijo de cabra, queijo fresco), menta, gengibre, cardamomo. O melhor livro que conheço sobre esta deliciosa sobremesa se chama... Panna Cotta, claro, e foi escrito por Camilla V. Saulsbury (a imagem logo acima é da capa do livro), e reúne mais de 100 varidedades de receitas.
A receita que segue abaixo não foi retirada do livro de Camilla, mas é a mais querida para mim, pois foi a primeira que fiz (nem me lembro a fonte, está escrita à mão no meu caderno de receitas...)

Panna Cotta com molho de morangos

1) Hidrate 1 colher de chá de gelatina em 2 colheres de sopa de água.
2) Junte em uma panela, levando ao fogo baixo até ferver, mexendo até obter um creme:
- 250 gr. de queijo mascarpone
- 300 ml de creme de leite fresco (atenção: não utilizar aqueles de lata, que não são frescos; os frescos podem ser encontrados em alguns bons supermercados, nos refrigeradores, junto com iogurte, manteiga, etc.)
- 1 colher de chá de grãos de pimenta rosa (para quem acha o sabor da pimenta rosa inteira muito forte, pode amassar com a ponta da faca; não triture, pois isso faz perder o "charme" da pimenta rosa, que é justamente sua coloração avermelhada)
3) Retire do fogo e adicione a gelatina hidratada, mexendo até dissolvê-la.
4) Adicione 150 gr de chocolate branco picado, mexendo até que ele derreta.
5) Unte forminhas com óleo (de preferência de canola, por exemplo, que não possui um cheiro forte) e preencha com a mistura; deixe na geladeira por muito tempo, no mínimo 4, 5 horas, ou se puder durante a noite toda (sim, esta é uma receita de fácil preparação mas que deve ser feita com antecedência; isso significa, portanto, que fazer panna cotta é de antemão pensar em agradar a alguém muito importante, é quase como um "presente")
6) Para a calda de morangos, bata no liquidificador 200 gr. de morangos frescos e 2 a 3 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro, até obter um purê.
7) Despeje (elegantemente, não vá jogar de qualquer jeito) o purê de morangos de preferência em um prato fundo e coloque em cima as panna cottas (delicadamente, não vá desenformar de qualquer jeito e despedaçar as coitadas!); decore com morangos frescos, ou com raspas de chocolate, ou com uma folha de hortelã, ou com pétalas de rosa, ou com flores comestíveis, ou com o que sua imaginação mandar (embora já fique tão bonito, pelo colorido dos morangos e dos flocos de pimenta, que nada mais é preciso).

A foto da abertura do blog é de uma panna cotta simples, sem o purê de morangos, mas com uma bela decoração!

Bom apetite!

A mulher e seus climas

Sejam tod@s bem vind@s!

Para inaugurar, um texto de Artur da Távola (editado), que com maestria define exatamente o que uma mulher deveria ser...

"A mulher não é ela.
É o clima dela.
Melhor do que perfumes é o cheirinho de banho recente que se descobre no cabelo e na nuca ou de capim cheiroso espalhado no armário e herdado pela blusa ou camisola.

Nada de voz aguda.
Um tom médio para grave é preferível.
Uma gota de rouquidão incentiva.

Nada de perfeições!
Nem de corpo, nem de inteligência e espírito.
Só de caráter. Mulher mau caráter é tão raro quanto repulsivo.
O importante é mesmo ter algo de errado no corpo ou no rosto, atraentes.
Certos pequenos erros acentuam traços ou detalhes que, isolados, crescem muito e ganham o todo.

Carinho tem hora.
Não hora marcada, mas hora adivinhada.
Carinho fora de hora, eriça.

Lágrimas a postos. Sempre.

(...)

Nada de exigências ascéticas, dietéticas, apologéticas ou ideológicas.
Mulher que atrai e mantém o seu homem é a que gosta mais de alguns defeitos dele do que de uma perfeição idealizada ou basbaque certinho demais.
Mas honradez ele deve ter...

Mulher deve falar como quem insinua em vez de ordenar.
Pedir como quem ajuda; saber esperar.
E não pode ficar falando "eu acho" toda hora, nem descuidar-se das unhas dos pés.

Pudor é essencial.
Mas um pudor velado, revelado apenas na linguagem sutil mas eloquente de seu corpo, no modo de se encolher na cadeira ou cruzar os pés.
Rebolados, só os muito suaves e discretos.
Mas evidentes. Ser friorenta é indispensável.

Se for possível preferir o silêncio - entre reclamar e reinvidicar, salvo quando tenha muita razão, melhor ainda.
Se não for assim, que venha a bronca, mas com mansidão.
E depois não permaneça a resmungar.

Que goste de eventuais e raros pilequinhos, jamais de alcoolismo.

Que ame beijar.

Aprecie e valorize gentileza e adore ser deixada cruzar a porta na frente.

Pisar firme, mas leve.
Mulher não deve chegar, deve aparecer.
Não deve entrar, deve aproximar-se.

(...)

Ar de brincadeira antes de amar é receita infalível.
E dormir o mais encolhidinha possível e
depois acordar solta, confiante no sono. Em viagens é essencial cuidar da gente.
E guardar sempre uma surpresa para ser dada de repente.
Sim, ser bela nada tem com ser bonita.
É muito mais.

Porque a mulher não é apenas ela.
É também o clima dela."
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