segunda-feira, 6 de julho de 2009

Meu triângulo amoroso agora é filme!


Mas que delícia!
Eu sabia!
Claro, lógico, e ainda bem!
Julie&Julia, um dos livros mais lindos que já li (http://gingerxxx.blogspot.com/2008/07/julie-e-julia.html), agora é filme!
Como disse Julie, sobre a sopa de Julia... acho que esse filme vai me deixar vulnerável...
O trailer está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=8oTTMRDUfGA

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Há exatos 365 dias atrás...



Há tempos eu tenho que mudar umas muitas coisas deste post aqui, e só agora me dei conta de que lá se foi apenas um mísero ano desde então:
http://gingerxxx.blogspot.com/2008/06/eu-j.html

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dessas coisas que a gente não explica...


Mas, veja só, bem no dia do meu aniversário, 17/02, a postagem do blog Bistrô Pimenta (da jornalista e crítica de gastronomia Luciana Lancellotti, "nossa" Ruth Reichl!), exatamente sobre a Toscana...
Logo no meu dia, um dos meus blogs preferidos, apresenta o meu lugar preferido no mundo, me mandando "morar na Toscana"...
Vai entender as coincidências da vida...
http://bistropimenta.blogspot.com/2009/02/morar-na-toscana.html

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mmmmm: o conforto em Ruth Reichl

Depois de uma passagem de ano turbulenta, com Natal, Ano Novo e parte das férias inesperadamente passados num hospital, e com perspectivas de mudança, em todos os sentidos, me deixando sem lugar, sem tempo, sem saber e sem ser muito bem aquilo que eu gostaria de ser, encontrei o conforto de que tanto precisava em Ruth Reichl. Há muito tempo atrás, havia lido uma matéria sobre um livro, de uma crítica de gastronomia, no qual ela relatava suas aventuras para se passar despercebida nas visitas aos restaurantes "vítimas" de suas avaliações no New York Times. Na época, como não achei o livro pra comprar em lugar algum, deixei de lado a procura e a vida passou, trazendo outras histórias e outros autores. Então, logo antes do início da minha "estadia hospitalar" (e este é o momento em que penso se tudo na vida é fruto do acaso mesmo, ou...), resolvi perguntar pro livreiro, mais uma vez, da existência do tal livro; não o encontramos, mas durante a conversa nos lembramos do nome da autora, Ruth Reichl, e num lampejo me veio à mente que já tinha um livro dela, não aquele que procurava (Alho e Safiras: a vida secreta de uma crítica de gastronomia disfarçada), mas outro, Conforte-me com maçãs: amor, aventura e prazeres da mesa, que tinha adquirido num dos meus acessos de descontrole nas seções de gastronomia e culinária das livrarias (o descontrole em questão foi na Livraria Cultura da Av. Paulista, em São Paulo, lugar que pretendo adquirir quando ganhar na mega-sena, ou pelo menos saquear, para manter o controle das minhas finanças caso a sorte não assopre seus ventos em minha direção - o que provavelmente não vai acontecer já que eu nunca me lembro de fazer a tal fezinha nas lotéricas), após os quais sempre saio com mais livros do que um ser humano normal conseguiria ler, e sempre há aqueles que ficam "pra depois", como aconteceu com Conforte-me com maçãs. Chegando em casa neste mesmo dia, separei o livro para ser o próximo da fila (estava terminando O pedante na cozinha, de Julian Barnes, que estava me deixando profundamente decepcionada e consequentemente chateada; como o próprio nome diz, um livro pedante de um cara pedante, com textos pedantes que não levam a lugar algum, não emocionam, não inspiram, nem ao menos fazem rir, e se me pedirem pra contar uma das várias histórias do livro é capaz de não me lembrar de nenhuma delas...), mas aí as intempéries da vida fizeram com que tudo fosse interrompido. Voltando pra casa uns 20 dias mais tarde, com pontos a mais e uma vesícula a menos (detalhe curioso: levei pro hospital as edições de dezembro da Gula, da Food and Wine e O pedante, e namorado/marido dizia que "não faz sentido ler sobre comida em hospital, quando seu problema - a vesícula - vai te impedir de comer!"; mas deixa pra lá, quase ninguém entende o que significa ler sobre comida, e como é possível quase "comer" o que se está lendo...), fui pra casa da minha mãe me recuperar, e iniciei uma saga de readaptação do corpo, com dieta restritiva daquelas em que a lista de "não pode" é infinitamente superior e mais saborosa do que seu exato oposto, e me vi limitada ao minguado "pode" de algumas frutas, alguns legumes, pão integral, carne magra e queijo cottage. Então, ler as aventuras de cama, mesa e banho de Ruth Reichl me confortou de tal forma que passava as horas do dia deitada, lendo, e só. Em menos de duas semanas acabava Conforte-me com maçãs, tempo suficiente para o livreiro me conseguir Alho e safiras e pra eu poder sair da cama e ir buscá-lo. Se em Conforte-me Ruth contava o início de sua carreira, de cozinheira voluntária em uma comunidade hippie e escritora free-lance à crítica de gastronomia do Los Angeles Times, e de sua vida "adulta", de namorada "livre" do artista plástico Doug à esposa de um charmoso e inteligente jornalista (sim, eu me apaixonei por ele assim como ela...), Michael, passando pelos casos extra-conjugais da época do namoro com Doug, por sua gravidez, aos 41 anos, após o casamento com Michael, pela morte dos pais, as primeiras viagens "educativas" para restaurantes da Europa e Ásia, tudo isso recheado de receitas, muitas receitas, em Alho e safiras a etapa seguinte é narrada (e, de novo, estou seriamente acreditando que não há acasos que justifiquem esta sequencia tão imprevista mas ordenada de contato com os dois livros): rumo ao New York Times, já nacionalmente famosa e "procurada" - os restaurantes de NY espalharam sua foto e seus gostos culinários pelas cozinhas e aos empregados, na certeza de a identificarem e a agradarem, e de conseguirem as almejadas 3 estrelas. Então, chegaram até mim uma infindável sucessão de mais aventuras, através de 6 mulheres criadas por ela para se disfarçar e testar, de fato, e sem nunca ter sido descoberta, como os meros mortais eram tratados pelos estabelecimentos da cidade: a primeira de todas, Molly, uma educada dona-de-casa suburbana, a louca, destemida e calorosa Brenda (criatura pela qual Michael se apaixona, para surpresa da própria criadora Ruth, e que ganha o afeto instantâneo de seu filho Nicky), a subserviente, idosa, solteirona e solitária Betty, a socialite, decoradora e recém-divorciada, trocada por uma jovenzinha, Chloe, (na pele desta, a autora se permitiu sair em uma série de encontros para jantar com outro homem, sempre com a permissão de Michael, e se permitiu seduzir e ser cortejada), a elegante porém desbocada Miriam, tão semelhante à sua própria mãe que enganava até os antigos amigos de família, e a ranzinza e mau-humorada Emily (na foto ao lado, numa rara aparição de Ruth "travestida" em uma de suas personagens), que permitiu à autora ver que seus desfarces a estavam fazendo esquecer dela mesma. Ao longo da saga, nos deparamos com as histórias da redação do NYTimes, os encontros da autora com os foodies (os arrogantes e ricos conhecedores de "enogastronomia", tão vazios em si mesmos quanto preenchidos com conhecimentos estéreis fruto de viagens ao redor do mundo), e alguns daqueles que seriam anos depois (no início deste século, pois o livro remonta à década de 90) os grandes chefs-celebridades da cidade, como Rocco DiSpirito (alguém se lembra do reality-show que a Sony exibiu há dois anos, que retratava os desastres da abertura de seu novo restaurante, pontuados com a prepotência e vaidade do novo "astro" da gastronomia americana?!; que ironia: no livro Ruth quase ter orgasmos com os pratos de DiSpirito, e o considera um gênio...) e Mario Batalli (no livro um chef ainda "sem-nome", sendo que apenas podemos ver que é ele pois Ruth relata as visitas a seu restaurante Babbo), passando pela sua paixão pelas "buracos" coreanos, japoneses e chineses, segundo ela os autênticos restaurantes orientais da cidade. Tudo isso, à maneira de Conforte-me, servido acompanhado de tantas receitas, além das críticas originais publicadas pelo Times. Ao fim, após a morte de Carol, sua melhor amiga na redação do jornal e companheira de aventuras gastronômicas, e uma crise "existencial" após tantos disfarces, Ruth recebe, na última página, um telefonema da revista Gourmet, na qual trabalha até hoje como editora (revista que coleciono mas, pasmem, nunca tinha percebido ser ela a tal autora dos livros que procurava) . Então, foi assim, que Ruth vem construindo um menu especialmente pra mim... Tive a as maçãs de entrada, o alho e as safiras como prato principal, agora só me falta aguardar a sobremesa, que chegará assim que o livreiro trouxer A parte mais tenra (na verdade, este deveria ser o amuse-bouche, o aperitivo, pois as histórias aqui vão da infância de Ruth até sua vida de cozinheira hippie, mas tudo bem, o acaso nem sempre é perfeito, mas como nada é mais doce que a infância...). Além desses, fico sempre me deleitando com as colunas dela na Gourmet, além do lindo site que ela mantém com receitas, comentários, vídeos e outras delícias (www.ruthreichl.com). De resto, só me cabe torcer para conseguir o último livro dela, este sim um livro de receitas, suas receitas de família, intitulado graciosamente de Mmmmm: A Feastiary by Ruth Reichl e também graciosamente oferecido quase todo na íntegra e online no site e esperar o tempo e o bolso pra enfrentar a leitura dos outros 18 livros editados e/ou prefaciados por ela e ainda não publicados em português, com a certeza de que se tem sua assinatura só pode ser coisa boa.
Abaixo, a última receita que ela apresenta em Alho e Safiras - cuja leitura acabo de finalizar há exatos 47 minutos (momento em que pulei da cama e tive que vir aqui registrar minha felicidade em ser "amiga" de Ruth!) -, excelente pra um fim de tarde de domingo em pleno carnaval calmo e preguiçoso em Belo Horizonte:

Bolo de chocolate de última hora
(Este bolo apenas pede uma concha de sorvete de baunilha em cada fatia.)

115 g de chocolate amargo de boa qualidade
1/2 pacote (6 colheres de sopa) de manteiga sem sal
1/2 xícara de café preto forte moído
2 colheres de sopa de licor Grand Marnier (dica minha: ou qualquer outro licor de laranja, ou mesmo Cointreau)
1/4 xícara de açúcar
1 ovo
1 colher de chá de essência de baunilha
1 xícara de farinha
1/2 colher de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de sal

Preaqueça o forno a 150 graus. Unte e polvilhe com farinha uma assadeira de 22 x 12 cm. Misture o chocolate, a manteiga e o café em banho-maria ou numa panela bem pesada e mexa constantemente em fogo baixo até que derreta. Deixe a mistura esfriar por 15 minutos. Depois acrescente o Grand Marnier, o açúcar, o ovo e a baunilha. Mexa bem. Misture a farinha, o fermento e o sal e junte à mistura de chocolate. Derrame a mistura na assadeira já preparada e asse por 30 a 40 minutos, ou até que um palito inserido no centro retorne limpo.

Mmmmm... delícia!