sábado, 5 de julho de 2008

As flores de plástico não morrem, mas não têm a mínima graça...


Acho que sou a única pessoa do mundo que adora flores mas não gosta de buquês, pelo menos não daqueles padronizados que encontramos nas floriculturas... Por ironia, os dois únicos que ganhei vão ficar pra sempre na minha memória, não tanto pela beleza, mas pelo significado. O primeiro recebi do meu pai, por ocasião da minha formatura (há uns bons dez anos), e era tão cafona que vinha com glitter pulverizado nas pétalas de rosa (outro detalhe: a rosa é uma flor que nunca chamou minha atenção, por incrível que pareça e por mais que tenha ganhado inúmeras homenagens, em música, poema, filme...). O segundo, recebi nesse último dia dos namorados do meu marido (às vezes o chamo de namorado, às vezes de marido, um dia escrevo sobre o porquê), que estava de cama se recuperando de uma cirurgia e pediu ao pai que comprasse flores e bombons (ah, os homens e seus clichês sobre "romantismo"...) para as garotas da casa (eu e a mãe dele, claro). Dessa vez, o buquê veio sem glitter, ainda bem, mas alguém pode me explicar o motivo das misturas de flores que os donos de floricultura promovem?! Há sentido em misturar miosótis, que são florzinhas delicadas, inocentes, leves, quase "virginais", com rosas vermelhas, que remetem à sedução, paixão, a tudo menos delizadeza e leveza?! Tudo bem que esteticamente tenha ficado bonito (o vermelho suculento das rosas com os pontinhos brancos dos miosótis), mas imagino que montar um arranjo de flores tenha um fundamento que não só a imagem, devendo passar por algum intuito bem pensado, como a necessidade de representarar algo com sentido, com um propósito, sei lá, vai ver que estou viajando... E os embrulhos?! Alguém também me explica aqueles plásticos transparentes com "bordados" na cor branca em forma de coração ou flores (que redundância) ou bolinhas?! E com laços cafonérrimos que mais parecem uma couve-flor de tão duros e pesados?! Eles passam laquê nos laços?! Ficam todos parecendo aqueles penteados de noiva feitos em salão de quinta, em que o cabelo fica esticado na cabeça e atrás cheio de rolinhos endurecidos e presos com um sem fim de grampos... De toda forma, depois de uns dias, desmontei o buquê em vários arranjos (rosas foram para um lado, miosótis pro outro) que duraram dias e alegraram a casa!
Esta aí uma coisa que eu queria muito saber (além de tricô, crochê, corte e costura, e decoração de bolos): montagem de arranjos florais, design de flores, qualquer que seja o nome disso. Há tantos e tão lindos! E eu queria muito saber melhor a arte da jardinagem... Não gosto muito de remexer na terra, e não tenho muita sensibilidade pra entender os desejos das plantinhas... Tenho em casa uma árvore da felicidade (que se não fossem as dicas da minha mãe não estaria sobrevivendo há 5 anos), uma espada de são jorge (graças a ela também, e graças ao meu namorado e suas crendices sem propósito: cismou que precisamos de algo que espante as más vibrações da igreja que se instalou ao lado de casa!; precisamos é da polícia e de alguém que faça cumprir a lei do silêncio, isso sim..), dois vasinhos de brotos de cebolinha, um de manjericão (frutos da minha recente empreitada em ser uma jardineira fiel e feliz e depois de muitas mancadas durante o processo de concepção e nascimento das mudinhas), e mais uma mini estufa de sementes de pimenta, salsa e cominho (meras sementes, pois há duas semanas espero os brotinhos nascerem e nada...).
Me lembro da minha casa na infância, que até laranjeira e parreira tinha, e uma árvore linda e deliciosa da araçá, uma frutinha que lembra uma goiaba miudinha e que forrou meu estômago durante boa parte da minha mocidade e das minhas brincadeiras no quintal! Havia também a horta, com couve, alface, temperos. E havia o galinheiro (sem galinhas...), que foi por anos minha "casa", onde eu fazia "cozinhadinho", isto é, montava um fogãozinho de tijolos e carvão pra fazer os "preparos" de arroz e plantinhas, e para a qual eu ia depois de um "dia de trabalho", ou seja, depois de fingir por horas ser secretária e preencher papéis que meu pai trazia do banco pra eu brincar. Vejam bem, amélia que é amélia brinca de dona de casa desde a infância, mas uma dona de casa emancipada, que também trabalha e cuida de si (sim, pois outra das minhas diversões era colocar roupas e maquiagens da mãe e da avó, lambrecar o cabelo com misturas de cremes, esfoliar o corpo com açúcar - isso eu faço até hoje! - , ficar horas na frente do espelho ensaiando caras e bocas e passos de dança).
Este post deu esta volta toda apenas pra falar do que aprendi hoje de novo, graças ao blog Rainhas do Lar: o nome da plantinha da foto acima, Kalanchoe (flor da fortuna), que é uma das minhas paixões, pois são baratinhas (por volta de 1 real), duram muito (a última que comprei está no banheiro desde o mês passado), por serem da família das suculentas são fáceis de cuidar (sobrevivem sem rega por até 3, 4 dias), são encontradas nas mais variadas cores, e são lindas, charmosas e delicadas! Toda semana, ou no mínimo sempre que vou ao mercado, trago pra casa flores pra colorir e alegrar o dia-a-dia, e as florzinhas da fortuna têm sido minhas companheiras mais freqüentes! Uma homenagem a elas então:

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