domingo, 15 de junho de 2008

Entre o amor e a perversidade

Dias desses estava lendo umas dessas revistas semanais pela internet, uma edição de 2006, sobre “violência doméstica”. Fiquei pensando sobre o que chamam de “violência moral” (que se manifesta sob a forma de dominação psicológica e mesmo gestos “leves” de intimidação através de abuso físico), uma forma tão destrutiva quanto a violência propriamente física, mas que passa desapercebida por não deixar marcas aparentes, no corpo. A alma, essa sim, vai ficando vagarosamente danificada, ressecada. Nessa revista havia um texto com “sintomas”, “sinais” de que alguém é um violento em potencial, e propunha maneiras de identificar comportamentos do que era classificado como “perversão”, principalmente em se tratando de relacionamentos amorosos. Reproduzi abaixo alguns dos comportamentos identificados pela revista, especificamente aqueles que dizem ou já disseram respeito à minha vida, e que são tão “discretos” e “cotidianos” que muitas vezes não percebemos neles toda a intensidade que realmente têm.


1) Durante a fase de início da relação:

* Apresenta-se como injustiçado, uma pessoa que sofreu por falta de amor, de apoio, e teve que construir tudo sozinho; na maioria das vezes isso é verdade, embora ele esteja estimulando seu instinto maternal.

2) Após o início da relação, na fase inicial de perversidade:

* Fica aborrecido com freqüência e você se vê desfazendo mal-entendidos.
* Não admite recusas, sua vontade tem que ser satisfeita a qualquer custo.
* Chama por você e exige que você pare o que está fazendo para atendê-lo.
* Tem humor instável, e deixa você aflita por nunca saber o que vai detonar uma crise.
* Suas mentiras começam a aparecer. Mente tanto que se esquece do que falou e, quando você o questiona sobre a veracidade do que está falando, age como se você fosse uma criminosa.

3) Com a perversidade já instalada:

* Agride-a verbalmente, faz ameaças para magoar, embaraçar ou restringir sua liberdade; e, quando discutem, baixa o nível.
* Faz inúmeras perguntas encadeadas apenas para intimidar, sem o objetivo real de saber as respostas.
* Quebra coisas, dá socos na parede, e usa violência simbólica, como rasgar fotos ou destruir seus objetos pessoais.

* Minimiza os acessos de raiva, como se cada um fosse uma exceção.
* Faz você acreditar que não é violento, e que você é a responsável pelas perdas de controle dele.
* Culpa os outros pelos próprios ataques. É você que o leva à loucura.
* É capaz de se mostrar frágil fisicamente, mas apenas você conhece sua verdadeira força.

(Fonte:Assédio moral: entre o amor e a perversidade, de Leila Sodero Rezende e Vânia Crespo)


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